No início da internet, a moda masculina era discutida por poucos nas redes sociais e no YouTube. Porém, depois da pandemia, tudo mudou: novos nichos e bolhas se formaram em torno do que significa ser um homem estiloso. Isso foi ótimo para expandir os horizontes da moda masculina, especialmente no Brasil, reduzindo o domínio do senso comum e abrindo espaço para um estilo mais autoral e autêntico.

No entanto, não dá para ignorar um fenômeno típico da internet: a narrativa pragmática em torno da moda. Esse discurso, muitas vezes genérico, é usado como estratégia para alcançar escala e dominância no mercado. Afinal, uma marca só vende em massa se atingir um grande público. Mas, à medida que as pessoas buscam marcas com as quais se identificam pessoalmente, muitas empresas recorrem a narrativas sensacionalistas para ditar o que é "moda".

Um exemplo claro disso é o famoso vídeo do cabeleireiro que fez seu cliente chorar sem sequer ter mudado seu visual. Para mim, isso reflete a realidade de muitos homens que, sem autenticidade, tentam se encaixar nesse universo — não por personalidade, mas por pura necessidade de pertencimento.

Baixa autoestima, falta de pensamento crítico e personalidade diluída são alguns dos efeitos colaterais dessas retóricas simplistas que a internet em escala acaba gerando. E muitos homens estão cada vez mais submersos nesse mar de exigências criadas apenas para vender a ilusão de que o consumo é a chave para a aceitação.

Aqui na Westfran, também usamos narrativas para vender nossos produtos — isso é natural. Mas não forçamos a barra do sentimentalismo barato, como dizer que nossas botas "completam o homem que há em você". Na verdade, temos nosso próprio estilo como marca e vendemos produtos que acreditamos funcionar para nós, como pessoas. Esperamos, assim, encontrar homens que também curtam o que fazemos e queiram fazer parte dessa comunidade.

Mas, brother, uma coisa é certa: aqui não é onde você vai encontrar a completude da sua espiritualidade — hahaha! Talvez nas estradas, roletando em duas rodas… mas não aqui. Aqui, a gente troca ideia, se diverte e vive a moda sem a prepotência típica dessas marcas.